top of page

Conto: Sempre há uma primeira vez


As coisas nem sempre acontecem do jeito que a gente imagina, nos livros, nos filmes, o amor sempre acontece de forma extraordinária: o cara encontra a garota bacana, eles se apaixonam, passam por momentos ruins, se separam e no fim descobrirem que fizeram uma grande burrada e voltam a ficar juntos e felizes para sempre

Com o passar do tempo nos damos conta de que nada é como imaginamos.

Sempre idealizei a garota perfeita: bonita, inteligente, que gostasse de perder tempo assistindo series e filmes, ou jogando horas e horas de videogame, ou ainda lendo um bom livro ou HQ, sem esquecer de todos os atributos físicos, bundão, peitão, e cochas grossas e torneadas. E como homem eu também idealizei a minha primeira vez. – muitas horas de suor e sexo selvagem sem regras, regados a muito vinho e altos gemidos em posições extravagantes e complexas até que nos dois não aguentemos mais e caiamos de cansaço um nos braços do outro.

Como todo garoto descobri os prazeres solitários na adolescência, ao encontrar a primeira revista erótica da minha vida, num armário nos fundos da garagem de casa dentro da caixa de ferramentas do meu pai, depois disso, tudo mudou, um novo universo de possibilidades se abriu para mim.

As imagens de homens sarados e bem dotados, nas mais absurdas posições com os mais variados tipos de mulheres atraentes, com belas curvas em trajes minúsculos ou em poses provocantes e sensuais mexiam com a minha libido, fazendo aflorar em mim desejos até então desconhecidos.

Foleando aquelas velhas páginas aprendi tudo o que um garoto pode aprender aos 11 anos de idade, tocar meu próprio corpo, acariciar meu sexo antes adormecido e desvendar toda sua extensão de inúmeras maneiras, sendo tomado por uma sensação indescritível para então explodir em um gozo farto e demorado.

Com o avançar da idade novas experiências surgiram e com elas a maior de todas as descobertas. Não eram as performances mirabolantes ou os relatos excitantes das revistas que me deixavam aceso, eram os homens.

Homens belos, torneados, recheados de volumes nos lugares certos, lugares onde meus olhos teimavam em vislumbrar num primeiro momento. Eu os desejava, com todo o meu íntimo, meu sexo explodia se enrijecendo a cada pensamento profano, porem libertador. Homens me deixavam a flor da pele, eu não negaria isso a mim mesmo de forma alguma, isso fazia parte de mim mesmo que outras pessoas dissessem ser errado.

Tudo mudou quando conheci Yago.

Foi meio da internet num sites de bate papo por ai a fora, eu nunca tinha usado esse tipo de coisa antes, estava sem fazer nada em casa acessando a internet casualmente quando um anuncio apareceu para mim.

“QUER CONHECER SUA ALMA GEMEA, CLIQUE AQUI”

Ao clicar no link uma janela se abriu para mim, e um “oi” timidamente digitado do outro lado. A partir daí a conversa foi fluido de forma natural. Achei interessante a forma como ele conduzia as coisas, Yago era um homem simpático, aos 35 anos era dono do próprio negócio: uma estamparia Geek especializada em pessoas de tamanhos grandes assim como eu. E para meu deleite, ele também.

Trocamos telefone e uma bela amizade surgiu, nós conversávamos todos os dias, dono de uma voz linda, melodiosa, rouca e acentuada que me fazia arrepiar quando a escutava ao pé do ouvido, trocamos fotos e depois de meses de conversas diárias decidimos nos encontrar frente a frente.

Não me acho um homem atraente, mesmo assim decidi aceitar seu convite. Depois de muito pensar e repensar tomei coragem e fiz o que ninguém em sã consciência faria. Liguei para ele e me declarei sem nenhum tipo de cerimônia.

- Quando eu posso te ver – perguntei

- Quando quiser! - Respondeu

- Te amo sabia

- Também te amo.

Sonho com você todas as noites – meu rosto ficou vermelho, com os pensamentos que invadiam minha mente. – preciso de você.

- Eu sei.

Ficamos um longo tempo em silencio apenas escutando a respiração um do outro, meu coração estava acelerado.

- posso te visitar amanhã?

- Claro, você sabe onde eu moro, só colar aqui.

Eu estava apaixonado por ele, seu jeito simples e sedutor havia me conquistado, não havia um minuto do meu dia em que ele não invadisse meus pensamentos.

Combinamos de nos encontrar no apartamento dele depois do trabalho por volta das sete da noite numa sexta feira, assim teríamos mais tempo para ficarmos juntos, sem as preocupações do trabalho.

Será que gostaria de mim?

Me preparei para aquela noite como se fosse a última da minha vida.

Tomei um banho demorado, fiz a barba, escolhi minha melhor cueca, deixando evidente a parte do meu corpo que mais chamaria a atenção dele: meu bumbum, uma calça e camisa bem simples de super-herói que eu sei que ele gosta) me perfumei, peguei o primeiro taxi na rua e fui até seu endereço. Demorei cerca de quinze minutos para chegar ao meu destino.

O medo me fez travar mais uma vez, não bati a porta decidi mandar uma mensagem de texto.

- Acabei de chegar!

- Já estou indo – ele respondeu na mesma hora.

Dispensei o motorista e fiquei esperando por ele. Não demorou muito para que ele aparecesse a porta com um sorriso.

- Oi Frank! – ele disse num abraço – era melodioso ouvir meu nome pronunciado por seus lábios

- Olá Yago...- retribui timidamente

O homem a minha frente não era nem um pouco parecido com as fotos que eu já havia visto, dono de um corpo torneado, coberto por uma grossa camada de pelos, os olhos castanhos e o sorriso largo e branco davam a ele um ar jovial que me fez estremecer na base. Tudo isso arrematado por uma barba por fazer que o deixava simplesmente lindo.

Ele vestia uma camiseta bege entre aberta folgada, e mesmo assim evidenciava a barriga de chope, uma bermuda azul colada ao copo, deixando evidente um certo volume ao qual eu não consegui tirar os olhos e chinelos de dedo.

Ele sorriu ao perceber para onde eu estava olhando.

- Eu tô aqui ó – ele segurou minha mão e me puxou para dentro, dando-me um beijo descompromissado na face, ao qual retribui abraçando-o para sentir melhor seu perfume.

Ele me convidou para entrar pedindo que eu ficasse a vontade, me sentei no sofá enquanto ele preparava algo para nos dois. Poucos minutos depois ele retornara com duas taças de vinho.

- O jantar está quase pronto. - Anunciou.

Ele me levou até a cozinha para que eu o ajudasse com os preparativos finais, ficamos ali por incontáveis minutos feito bobos, sem dizer uma única palavra, apenas nos olhando e rindo um para o outro. Depois de pronto fizemos nossa refeição em silencio, até que me pediu:

- Dorme aqui? – ele tinha uma cara de cachorro (ou melhor ursinho) pidão.

- Como é? – questionei sem entender o que estava acontecendo.

- Dorme aqui hoje! – reafirmou sorrindo. – Por favor, fica comigo hoje.

Aquele pedido me pegou desprevenido, e se ele fosse um maluco psicopata, e se ele quisesse me matar enquanto eu dormisse. Yago era tudo o que eu sempre sonhei, mas essas coisas sempre acontecem por ai a fora, aquele era o nosso primeiro encontro cara a cara e tudo poderia acontecer.

Ele seria meu primeiro e o único homem a quem eu me entregaria de corpo e alma. Yago me puxou para junto de si e me olhando nos olhos, me deu um beijo carinhoso, acariciando meu rosto com as pontas dos dedos, mordiscava meus lábios com vontade enquanto sugava minha língua vagarosamente. Sem saber muito bem o que fazer deixei que ele me guiasse em toda aquela loucura.

Aquele homem maravilhoso me abraçava com força, sem deixar de ser delicado, beijando meus lábios desceu até meu queixo e o mordiscou delicadamente, desceu pelo meu pescoço terminando em caricias prolongadas. Com as mãos ele percorrera toda a extensão de meu corpo massageando meus músculos e me fazendo relaxar.

Tirando a camisa ele me revelou o peitoral macio cheio de pelos negros, aos quais beijei sem o menor pudor. Dentro de mim, o misto de medo e desejo brigavam em busca de espaço, aquele momento era só de nos dois.

Entre minhas pernas meu sexo explodia de desejo com suas caricias, ele ensinou minhas mãos a percorrer seu corpo enquanto percorria o meu, num êxtase profundo eu senti em seu íntimo a reciprocidade de um desejo adormecido.

Seu toque era delicado e firme, de maneira singular ele percorreu cada parte do meu corpo, o peito, barriga, as costas, cochas, mordiscou meu sexo antes de suga-lo avidamente.

Como bom aluno, repeti os passos do mestre em seus mínimos detalhes e arranquei dele gemidos fortes e palavras de carinho

- Seja meu! – Ele me pediu num sussurro ao tirar minha última peça de roupa.

Nu diante de mim Yago exibia seu membro em estado máximo de rigidez, veias saltavam por toda sua extensão.

Eu não poderia dizer não, a um pedido como aquele.

Seu toque era magico, ele me tomou para si mais uma vez entre beijos e caricias me pôs de costas para ele, naquele momento eu pude sentir em meu corpo toda a extensão do seu desejo enquanto me beijava as costas, chegando a parte inferior, mordiscou levemente minhas nádegas e cochas.

Meu homem urso, fazia um jogo de mordiscar e lamber, até afastar com ambas as mãos minhas pernas, revelando para si meu pudor. Paciente continuou beijando, mordicando e lambendo o interior de meu corpo em movimentos cada vez mais rápidos e profundos, me causando a sensação maravilhosa de prazer.

Eu não conseguia segurar o êxtase do momento, minha respiração estava falha meu corpo colado ao dele entoando gemidos frenéticos de tanta paixão.

- Eu sou seu. – Disse entre gemidos.

Yago me pôs de costas novamente apoiando minhas pernas em cima do sofá e com seu corpo sobre o meu, forçou seu membro contra meu corpo. Eu o queria dentro de mim. Em movimentos calmos e vagarosos ele adentrou meu corpo com vontade, aumentando o ritmo a medida em que me ouvia gemer pedindo cada vez mais para que ele não parasse.

Juntos alcançamos o nirvana, num prazer inenarrável, em meio a bagunça que se tornou sua sala ficamos um nos braços do outro até finalmente adormecer. Naquele momento eu tive a certeza de que ele seria meu para sempre.



3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page